O estudo comparativo e correlativo da primeira adaptação, à língua portuguesa, da Escala de Aptidões Psicomotoras e de Aprendizagem (McCarthy Scales of Children' s Abilities), envolveu uma pequena amostra de 32 crianças de ambos os sexos e oriundos de classes sociais médias. Com idades compreendidas entre os 4 e os 8 anos, as crianças da amostra estavam integradas escolarmente desde a pré-escola ao 2.º ano do 1.º ciclo, e foram seleccionadas paritariamente em dois grupos: um com rendimento normal de aprendizagem (Grupo N), e outro, caracterizado com dificuldades de aprendizagem (Grupo DA) de acordo com a Escala de Identificação do Potencial de Aprendizagem que segue as definições mais prestigiadas por instituições, comités e academias científicas internacionais. O objectivo de estudo centrou-se na identificação e comparação de Aptidões Psicomotoras (construção de cubos, quebra-cabeças, sequências rítmicas, orientação direita-esquerda, cópia de desenhos, desenho do corpo e formação de conceitos), Motoras (coordenação de membros inferiores, coordenação de membros superiores e imitação) e de Aprendizagem (verbais, numéricas e de memória - consideradas como índice geral cognitivo). Os resultados obtidos sugerem diferenças significativas entre os dois grupos estudados, ilustrando uma elevada correlação entre as aptidões psicomotoras e as de aprendizagem ilustrando a sua estreita conexão neuroevolutiva, e uma baixa correlação de ambas com as aptidões motoras, suportando uma clara distinção entre psicomotricidade e motricidade, como atestam as correntes mais respeitadas do desenvolvimento psicomotor e o seu impacto na aprendizagem escolar. A análise estatística, revela que as crianças do Grupo N são superiores em todas as variáveis em comparação com as do Grupo DA, sugerindo neste grupo a persistência de défices neuropsicológicos básicos e a identificação de perfis de DA precoces que podem interferir com o sucesso escolar prospectivo.
